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Custos são reduzidos na BR-163 após obras de recuperação e duplicação

As obras de melhorias na BR-163 fizeram com que o sobrecusto com transporte caísse de 41% para 18,8% nos trechos concedidos para a iniciativa privada. O apontamento é feito pela Pesquisa CNT de Rodovias 2015, apresentada esta semana pela Confederação Nacional de Transportes (CNT). De acordo com o levantamento, os trechos da BR-16 entre a divisa com Mato Grosso do Sul e Rondonópolis e entre os municípios de Sorriso e Sinop, que antes eram classificados como “regulares” pela mesma pesquisa, foram apontados como “bons”. Se avaliada por completo, em seus 1.143 km – somente 853 km estão sob concessão -, a BR-163 recebe a classificação “regular”.

A pesquisa avalia o aumento de custo para o transportador quando trafega em rodovias que não são classificadas como “ótimas”. Assim, se a estrada tem a classificação “boa” significa que os gastos com transporte serão 18,8% superiores aos de uma estrada considerada “ótima”. A rodovia “regular” tem um incremento de 41% no valor, as “ruins” de 65% e as “péssimas” apresentam sobrecusto de 95,5%. São considerados no levantamento os gastos com óleo diesel, lubrificantes, tempo de viagem e manutenção de motores, freios e pneus.

As principais transformações registradas são exatamente nos pontos de atuação da Concessionária Rota do Oeste. Na região sul do Estado, onde estão concentradas as obras de duplicação, os 120 km entre Rondonópolis e Mato Grosso do Sul passaram por recuperação profunda no pavimento. Foram construídas mais de 100 km novas pistas, sendo que 22,5km já estão liberados para o tráfego.

No norte, toda a extensão entre o trevo de Posto Gil, na região de Diamantino, e Sinop, passou por restauração. A reclassificação de “regular” para “bom”, porém, ocorreu só em parte deste segmento. Isso porque, apesar de recuperar o pavimento e sinalizar, o trecho entre Diamantino e Lucas do Rio Verde apresenta problemas na geometria e que só serão resolvidos quando as obras de duplicação chegarem na região.

O diretor de Operações da Rota do Oeste, Fábio Abritta, chama atenção ainda para o contorno de Cuiabá e Várzea Grande, a Rodovia dos Imigrantes, que em menos de um ano de atuação da Concessionária se tornou mais segura e trouxe fluidez para o tráfego. O trecho não aparece no levantamento por não fazer parte da BR-163, tecnicamente. “Quando a empresa assumiu este trecho, os 28 km eram percorridos em pelo menos quatro horas de viagem. Hoje este tempo reduziu para no máximo uma hora. Não há mais buracos, a pista está toda sinalizada e ainda houve a implantação de dispositivos de segurança como radares e faixas para pedestres”.

A classificação da Rodovia dos Imigrantes não foi revista porque ela representa somente 28 km da BR-070, ou seja, o percentual de participação é muito pequeno para influenciar a classificação geral do segmento.

No levantamento geral das estradas mato-grossenses, o percentual de rodovias consideradas “ótimo” ou “bom” passou de 14,7% do total em 2014 para 39,8% este ano, o que representou 1.169 quilômetros. A participação das rodovias “regular”, “ruim” ou “péssimo” caiu de 85% para 60,2%.

Apesar das melhorias significativas nas condições da malha viária estadual, o diretor-executivo da Associação das Transportadoras de Carga de Mato Grosso (ATC-MT), Miguel Mendes, afirma que os benefícios financeiros ainda não são percebidos pelas empresas. “A BR-163 tem o tráfego acima da sua capacidade e as melhorias serão percebidas, na prática, quando a via estiver efetivamente duplicada”.

Até o momento, mais de R$ 1 bilhão foram investidos no conjunto de obras e serviços aos usuários da BR-163. Estes recursos, parte proveniente de empréstimos ponte e parte capital próprio, custearam a duplicação na região sul, a recuperação de 450 km e implantação do Sistema de Atendimento ao Usuário (SAU), que em pouco mais de um ano atendeu 105 mil ocorrências.

O coordenador de Estatística da CNT, Jefferson Cristiano, explica que diante das dificuldades do governo em aportar mais recursos para infraestrutura, a participação da iniciativa privada se torno imprescindível, como no caso da BR-163. “Um ano após o início de novo ciclo de concessões rodoviárias realizadas, já é possível verificar melhoras significativas nos resultados das avaliações das rodovias concedidas, principalmente nesses novos trechos”.

Menor pedágio

O levantamento realizado pela CNT em 2015 também certificou que a tarifa de pedágio da BR-163 em Mato Grosso é a segunda menor entre as cinco concessões de rodovias federais do 3º lote do Programa de Investimentos em Logística (PIL). Os R$ 4,53 cobrados, em média, a cada 100 km da BR-163, ainda apresentou o menor deságio entre a tarifa revisada em 2015 e o valor vencedor no edital, neste caso de 17,67%. A revisão das tarifas das demais concessões ficou em torno de 35%, sendo que uma demais atingiu reajuste de 50%.

O diretor presidente da Concessionária Rota do Oeste, Paulo Meira Lins, explica que mesmo com a incorporação de novos escopos de trabalho, como os 108 km em Várzea Grande e Rosário Oeste, a conservação por nove meses do trecho de 174 entre Cuiabá e Rondonópolis, a tarifa praticada em Mato Grosso é altamente competitiva. “Estudos apontam que mesmo com o pedágio, o custo geral do transporte deverá reduzir com as obras. Ou seja, no fim das contas, transportadores, produtores rurais e comunidade vão sair ganhando financeiramente e em segurança, principalmente”.

O coordenador da CNT, Jefferson Cristiano reafirma a importância das concessões para melhorar as rodovias do país. “É fato que a permanente manutenção e os investimentos direcionados realizados pelas concessionárias têm contribuído para a melhoria das condições da infraestrutura de transporte brasileira”.