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Conservação da BR-163 contribui para redução de soja guaxa

Cerca de um mês desde o início do Vazio Sanitário em Mato Grosso, a incidência de soja guaxa, plantas germinadas espontaneamente nas rodovias a partir dos grãos que caem dos caminhões, foi reduzida a praticamente zero na BR-163 em Mato Grosso. A informação é da Associação de Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) que realizou nos meses de junho e julho a segunda rodada técnica para diagnóstico de pragas nas lavouras do Estado.

A análise foi feita pelo PhD em Fitopatologia e consultor da Aprosoja, José Tadashi e pelo consultor técnico da Associação, Eduardo Vaz. Segundo Tadashi, desde a primeira vistoria realizada em fevereiro deste ano, os trechos da rodovia que passam pelo serviço de conserva executado pela Rota do Oeste tiveram uma redução drástica na incidência da soja voluntária, principalmente na região norte. “Nos pontos em que a faixa de domínio da rodovia é roçada periodicamente percebemos a inexistência deste tipo de mudas, que podem apresentar a ferrugem asiática e prejudicar a produção”.

O combate à germinação espontânea de soja em Mato Grosso é um dos principais desafios dos produtores e associações, pois este tipo de ocorrência contribui diretamente para a proliferação da ferrugem asiática, principal praga das lavouras da commodity, é alta e pode contaminar as lavouras às margens das rodovias.

Desde que assumiu a concessão da rodovia, a Rota do Oeste realiza periodicamente a roçada na faixa de domínio, que corresponde ao terreno onde está situada a pista. A concessionária mantém uma área de 4 metros de largura a partir da pista de rolamento e 3 metros partindo das cercas que delimitam o espaço da rodovia, com a vegetação abaixo de 30 centímetros, como determina o Programa de Exploração da Rodovia (PER), pactuado com a Agência Nacional de Transportes terrestres (ANTT). “Este trabalho impede a germinação de plantas voluntárias de soja e, consequentemente, a incidência da praga nos limites da rodovia”, pontuou o diretor de Operações da Concessionária, Fábio Abritta.

A Rota do Oeste realiza sete roçadas por ano em todos os 450 quilômetros da rodovia com obras sob sua responsabilidade. Isso representa uma área total de 7,5 milhões de metros quadrados. “Trata-se de um benefício que nós não sabíamos que poderíamos trazer, mas após conversas com especialistas, decidimos que poderíamos dar a nossa contribuição. Vale destacar que os serviços de conservação e recuperação de pavimento são contínuos e executados periodicamente durante todos os 30 anos de concessão da BR-163 em Mato Grosso”, complementou.

Além disso, uma parceria firmada com a Aprosoja permite que produtores com terras lindeiras à BR-163 realizem a roçada e controle de vegetação na faixa de terreno adicional dentro da faixa de domínio, caso acharem necessário. Para isso, basta entrar em contato com a Rota do Oeste por meio do telefone 0800 065 0163 e solicitar autorização da Concessionária para realizar o serviço na faixa de domínio próxima à sua propriedade.

José Tadashi explica que a redução dos casos de soja voluntária é fundamental para impedir a proliferação da ferrugem asiática em Mato Grosso, que causa prejuízos irreparáveis à economia do estado. “Desde a primeira incidência, em 2012, até hoje a perda chegou a cerca de US$ 25 bilhões em todo o país, considerando os investimentos em fungicidas e a perda dos grãos colhidos com a doença. Para este ano, por conta do controle mais rígido, a expectativa é que a média anual de prejuízo permaneça na casa de US$ 1 milhão”, disse.